Quando ganhava uma boneca, era da feira, não tinha roupas ou sapatos novos e o que tínhamos passava para os irmãos mais novos quando já não servia. Muitas vezes fiquei doente por querer comer alguma coisa e os meus pais não tinham condições de comprar, a compra de alimentos era feita na mercearia da esquina para pagar no fim do mês, os alimentos não chegavam nem ao meio do mês, os restantes dias se passavam comendo bolachas, chás e as vezes, sopa de fubá. A minha brincadeira preferida era escorregar no barranco de terra dentro de uma caixa de papelão, mas o que eu queria mesmo era uma bicicleta... ficava olhando as outras crianças pedalando na rua e pensando quando eu teria a minha, nunca tive. Meu pai ganhava pouco, cheguei a dormir no chão, a chuva caindo em cima da nossas cabeças mesmo estando dentro de casa, são detalhes que fazem parte da minha história e que nunca irão sair da minha memória, ainda que tudo já tenha passado. Amadureci a força, comecei a trabalhar com 11 anos, idade de criança brincar, ver desenho, fazer aulas de ballet, de inglês, de música, mas eu acordava cedo e ia trabalhar na mercearia das sete da manhã até meio dia e estudava a tarde, depois passei a trabalhar o dia inteiro e estudar a noite, quando estava em casa era para tomar conta dos irmãos mais novos... desafios que a vida nos impõe logo cedo, não temos nem o direito de ser criança. Cresci com muitos complexos, me achava feia, com roupas feias, não conseguia tirar boas notas na Escola, me escondia na última carteira, não fazia amizade com facilidade, as meninas me excluíam de suas brincadeiras, usava um óculos horrível, não tinha lanche de casa para levar, adorava e devorava a comida escolar, ninguém me escolhia para jogar, em tudo, eu era o zero a esquerda, um patinho feio, lembro-me quando fiquei mocinha, tinha treze anos, de menina raquítica fiquei gordinha de repente e ai os apelidos (alcunhas) foram inevitáveis... zarolha, quatro olhos, baleia, lambreta, etc...
Já na adolescência os complexos aumentaram porque os jovens são cruéis nessa idade, ao atirar palavras que ferem e que deixam marcas, eu não tinha condições de ter roupas de marca e ainda tinha os sapatos furados, mas ainda era melhor que os chinelos velhos presos por um grampo, hoje eu até rio destas e outras situações, porque tudo já acabou, mas eu sei que muita gente passa por isso, é uma realidade, somos excluídos por não termos o mesmo padrão de vida que outros possuem. Passar por tudo isso só me fez dar mais valor as coisas pequeninas e talvez insignificantes para muitas pessoas que tem tudo e não sabem dar valor, também por isso ensinei meu filho a dar valor ao que tem e a lutar pelo que deseja, ainda que nunca passou pelo que a mãe passou, mas nada nessa vida pode vir de "mão beijada", desde pequenino o ensinei, tudo tem um "preço", lute!
Talvez você lê a minha história e pense que eu estou me lamentando e reclamando da vida que tive, não, absolutamente, passei um pouco do que vivi, para dizer a você que eu venci, acreditando que era capaz de vencer, e quando tive meu encontro com Deus, aí então que nada mais poderia me segurar, aprendi entre outras palavras, uma que diz:
Natalie - S.P - Brasil
Talvez você lê a minha história e pense que eu estou me lamentando e reclamando da vida que tive, não, absolutamente, passei um pouco do que vivi, para dizer a você que eu venci, acreditando que era capaz de vencer, e quando tive meu encontro com Deus, aí então que nada mais poderia me segurar, aprendi entre outras palavras, uma que diz:
"Tudo posso, Naquele que me fortalece"
Então eu me vesti desta palavra e lutei para ter tudo o que queria e ainda hoje luto, porque sei que ainda tenho muito para conquistar. Mas graças a Deus tudo o que relatei são passado, Jesus me libertou de todo trauma da infância e adolescência. Hoje sou uma mulher realizada, casada, mãe, tenho uma família linda e abençoada. Hoje me valorizo, e o mais importante de tudo, foi a transformação no meu interior e isso reflete-se no exterior. Hoje sorrio de verdade, não fujo de nada, de ninguém, não me escondo, seja com quem for e a hora que for, olho nos olhos e digo "sim" ou "não", mas não abaixo a minha cabeça, seja qual for o desafio, portanto digo a você o que ensinei ao meu filho... nada na vida é de "mão beijada", tudo tem um preço e esse preço é o seu esforço, o seu sacrifício, das pessoas espere só o NÃO, esse é garantido, portanto não conte com ninguém, conte consigo e com DEUS, pois Ele sim, estará sempre ao seu lado para te fazer vencer e chegar onde quer. FORÇA, porque JESUS te fortalece!Natalie - S.P - Brasil
Diário de uma Guerreira são Histórias de Mulheres anónimas que vencem suas guerras... Você pode acompanhar todas as histórias na etiqueta Diário de uma Guerreira
Aqui no Blog tem histórias de guerreiras, se você quiser testemunhar uma página da sua história, então envie para o email do blog: primaveradevida@gmail.com
Testemunhos de vidas salvam almas...
Testemunhos de vidas salvam almas...
É verdade. Nada nesta vida é de mão beijada, para tudo temos de fazer um esforço, sacrificar. Nesse mundo até alcançamos pequenas vitórias, mas só mesmo com Deus alcançamos a vitória que permanece. Bjs d. Silvia, obrigado por essas histórias que nos inspiram e nos mostram o poder do nosso Deus.
ResponderEliminarOs testemunhos destas guerreiras , têm sido uma benção na minha vida , pois não há nada melhor do que estar constantemente a aprender . Muito obrigada D.Silvia e Deus abençoe a senhora <3
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