Tudo parecia normal naquele dia, até que
me falaram de uma adoção e muito sinceramente não estava nem um pouco interessada,
Deus começou a falar comigo, sobre aquela adoção, eu resistia, resistia, meu
coração disparava, e eu continuava a resistir, não tinha sossego na minha alma,
procurei a pessoa que tinha a foto daquela criança, e quis ver para desencargo
de consciência, a pessoa me perguntou… então gostou? Muito sinceramente… não,
até porque já conhecia aquela criança, mas não era capaz, nem de colocá-la no
meu colo, tamanho era o sofrimento dela, as perninhas atrofiadas, muito
franzina, na verdade completamente debilitada… não disse nem sim, nem não,
perguntei posso levar hoje para casa? Era a voz da fé, porque meu sentimento e
coração dizia não, na verdade aquela criança, só tinha 6 meses de vida e isso,
não sabia; só fui saber depois. Consegui leva-la naquele dia mesmo, porque se
deixasse para o outro dia, não levaria, mas era naquela hora a minha fé e não
emoção, alias não tinha emoção nenhuma, quem adotaria uma criança, como aquela
se fosse pela emoção? Todas as pessoas gostava de adotar, uma criança loira,
com os olhinhos azuis, gordinha e saudável, a minha era doente, nasceu com
microcefalia, sem o palato (céu da boca), não andava, não falava e não ouvia
direito, só tinha 50% de audição, além de raquítica, imagine que quando ele fez
5 anos pesava 14 kilos de pele e osso, era como se tivesse 2 anos, além de ser
agressiva, egoísta e com problemas espirituais graves, batia em todos em casa,
não me respeitava, quebrava as coisas em casa, ao ponto também de se espancar e
colocar a culpa na minha filha; olha, eu vivi um verdadeiro inferno com essa
criança, eu falava para Deus… eu não pedi, eu não tenho que passar por
isso, foi o Senhor quem me deu e o Senhor tem que me dar condições de livrar
disso tudo, por varias vezes pensei e falei em desistir e devolve-lo, foram
muitas lagrimas mesmo, muito triste a situação, eu não escolheria essa criança
para mim, mas ouvindo o voz do próprio Deus obedeci, lutei muito, aliás, muito
é pouco, muito mesmo, além de ter todos os problemas de saúde, espirituais, físicos,
passei pela fase da adoção, fui humilhada nos tribunais pois o juiz não
entendia porque eu queria adotá-lo, até me falou que meu interesse era
fazer tráfico de órgãos, sai de lá muito revoltada, que órgão iria traficar? Se
ele tinha seis meses de vida por conta da sida, não me deu para adoção já
estava comigo algum tempo, mas disse que me daria a adoção se a mãe me desse,
ate aquele momento ninguém sabia da mãe, depois descobriram que havia morrido,
assim saiu a adoção, mas Deus tinha e tem um propósito e queria contar comigo,
para salvar aquela vida e aquela alma, hoje venho aqui falar com alegria, meu
filho está vivo com 19 anos e completamente curado de todas as doenças,
um rapaz carinhoso, meigo e meu amigo, se preocupa comigo e com
a irmã, quer ser um homem de Deus, usado no altar, tudo se fez novo, eu louvo e
agradeço a Deus pela vida dele, e por Deus ter contado comigo, e com isso tive
e tenho experiências maravilhosas com Deus, porque se não fosse por causa dele
não teria, aprendi muito com ele, a total dependência de Deus, chorei muito,
clamei muito, valeu e tem valido a pena ouvir a voz de Deus, quando olho
para ele, lembro de tudo e agradeço a Deus por tudo que passei.
Denize - Portugal
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Testemunhos de vidas salvam almas...
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